Propriá, a Princesinha do Baixo São Francisco, é um lugar que encanta com sua história rica, seu povo acolhedor e sua beleza natural incomparável. Localizada no estado de Sergipe, esta cidade se destaca por sua cultura vibrante e pelos incríveis pontos turísticos que atraem tanto moradores quanto turistas. Se você ainda não conhece, está na hora de se apaixonar por Propriá e descobrir todos os seus encantos!

A História de Propriá: Da Missão Jesuíta à Princesinha do Baixo São Francisco

Propriá, uma cidade com raízes profundas no início do século XVII, nasceu com a instalação de uma missão jesuíta, voltada à catequese dos povos indígenas. No passado, era conhecida como "Urubu de Baixo", um território que abarcava uma grande região ao longo do Rio São Francisco. A cidade, que teria um papel fundamental na administração de várias áreas do Baixo São Francisco, foi inicialmente doada ao conquistador Cristóvão de Barros, que em 9 de abril de 1500 entregou suas terras ao filho, Antônio Cardoso de Barros.

Por volta da metade do século XVII, as terras de Urubu de Baixo passaram a ser administradas por Pedro Abreu de Lima, genro de D. Guiomar de Melo, viúva de Antônio Cardoso de Barros. A cidade, estratégica pela sua localização às margens do rio, rapidamente se desenvolveu. Em 18 de outubro de 1718, foi elevada a Sede de Freguesia, tomando o nome de Santo Antônio de Urubu de Baixo, desmembrando-se da Vila-Nova do São Francisco.

A evolução não parou por aí. Em 5 de setembro de 1801, Urubu de Baixo foi promovida a vila, e em 7 de fevereiro de 1802, a solenidade de instalação de Propriá marcou um novo capítulo na sua história. Naquela data, foi erguido um pelourinho de pau redondo em frente à Igreja de Santo Antônio, simbolizando a autonomia da nova vila.

Nos últimos anos do Império, em 1859, Propriá se viu visitada por uma figura ilustre: o Imperador Dom Pedro II, acompanhado pela Imperatriz Tereza Cristina, que chegaram via Rio São Francisco. Dom Pedro II teve um papel importante ao idealizar uma ponte sobre o rio, embora com uma localização diferente da que veio a ser construída. Em suas anotações, descreveu Propriá como uma cidade com 3 mil habitantes, com uma infraestrutura impressionante para a época, incluindo fábricas e o comércio pujante de arroz, peixe, algodão e cana-de-açúcar.

A cidade era tão dinâmica que, em 1866, através da Resolução Provincial nº 755, Propriá foi elevada à categoria de cidade. Durante muitos anos, ela foi uma das maiores potências econômicas do estado, ficando apenas atrás da capital, Aracaju. O comércio atacadista do Baixo São Francisco, abrangendo Sergipe e Alagoas, fazia de Propriá um importante centro comercial.

O desenvolvimento também foi acompanhado de um forte investimento na educação. O padre Antônio Cabral, juntamente com a chegada de três freiras de Portugal, fundou o Colégio Nossa Senhora das Graças, que recebeu meninas das famílias tradicionais de Sergipe e foi uma das primeiras escolas de meninas na região.

Contudo, a partir da década de 1970, Propriá começou a enfrentar uma crise econômica. A cidade, que antes era a segunda mais rica do estado, viu seu crescimento estagnar. A decadência da atividade industrial e a diminuição da importância do Rio São Francisco para a economia local contribuíram para a queda de sua posição. Atualmente, Propriá é a 22ª cidade mais rica de Sergipe, mas continua a manter uma rica tradição cultural, como a produção de doces típicos, com destaque para o doce de batata, reconhecido como o melhor do estado.

Hoje, Propriá é uma cidade que ainda guarda em suas ruas e paisagens um pouco da grandiosidade de seu passado, sendo um reflexo de resistência e história, com um povo orgulhoso de sua herança cultural.

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